quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PATRIMÓNIO E MEMÓRIA | TORRE DE BELÉM




Escolhi a Torre de Belém porque foi um monumento que marcou uma fase da minha vida.
A Torre de S. Vicente de Belém está situada à beira do rio Tejo. Foi mandada construir pelo rei D. Manuel I, em 1515. Nessa época, foi um instrumento de defesa quando os navios piratas se aventuraram, rio acima, mesmo até Lisboa, a perseguir as caravelas que chegavam carregadas do Oriente.
Como a Torre de Belém imortaliza os feitos dos Portugueses no mar, tanto o edifício como a sua decoração têm elementos marítimos.
As muralhas avançam sobre o Tejo como a proa de uma Nau. Nas pedras os artistas do séc. XVI esculpiram cordas, bóias, algas, nós, de acordo com o estilo manuelino, do nome do rei D. Manuel I. E, por todo o lado, gravadas na pedra, vemos as quinas de Portugal, a Cruz de Cristo e a esfera armilar.
Lisboa, na época dos Descobrimentos, viu crescer a sua importância como cidade cosmopolita, tornando-se rapidamente num ponto de referência e encontro de culturas, gentes e conhecimentos.Com o passar do tempo, e com a construção de novas fortalezas, mais modernas e mais eficazes, a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesa da barra do Tejo. Durante os séculos que se seguiram, desempenhou funções de controlo aduaneiro, de telégrafo e até de farol. Foi também prisão política, viu os seus armazéns transformados em masmorras, a partir da ocupação filipina (1580) e em períodos de instabilidade política.Actualmente é um referente cultural, um símbolo da especificidade do país que passa pelo diálogo privilegiado com outras culturas e civilizações. Guardiã da nossa Individualidade e Universalidade, viu este estatuto confirmado quando, em 1983, foi classificada pela UNESCO como "Património Cultural de toda a Humanidade".
Fonte: http://www.cidadevirtual.pt/mosteiro-jeronimos/

Este monumento e o espaço envolvente sempre exerceram em mim um fascínio imenso, seja porque tem o rio ali tão perto ou porque enquadra um dos monumentos históricos mais importantes para os portugueses. O jardim complementa a paisagem. Ali fiz muitos passeios, diverti-me, foi dos primeiros jardins que minha filha conheceu e onde brincou. Sempre que quero estar sozinha, ver o rio, passear ou simplesmente relaxar é este espaço em que penso e onde vou. Dá-me tranquilidade, paz, faz-me sentir bem, além de ser um sítio muito bonito e com algum movimento, sendo património histórico. Gosto de me sentar num dos bancos e apreciar tudo isto.
Na minha memória ficam os momentos bons e maus que passei aqui, o cheiro do rio e da terra molhada, os barcos lá ao longe e o pôr-do-sol. São recordações que ficam e que marcaram um momento da minha vida e do meu imaginário.
Desde sempre que as pessoas dão importância ao espaços públicos, e que necessitam deles. É nesses espaços que estão as nossas raízes e a história dos nossos antepassados. É uma referência um marco. É lá que esta a nossa história. Dou o exemplo do Mosteiro dos Jerónimos, Sé de Lisboa, Jardim Tropical etc. São sítios de épocas diferentes e que marcaram a história numa dada altura. A sociedade precisa desses espaços para conhecer o passado e compreender o presente.Paula Lopes
S09-01CLC